O valor do Bitcoin (BTC) começou a semana, no dia 3 de novembro, com um preço de aproximadamente US$ 107.670. Essa situação traz uma pressão significativa, especialmente se considerarmos que a criptomoeda estava em uma alta de US$ 126.267 anteriormente. O clima no mercado está um pouco tenso, refletido no Índice de Medo e Ganância, que voltou para a zona de “medo”. Isso indica um aumento na aversão ao risco entre os investidores, especialmente após as correções recentes que aconteceram nas criptomoedas.
Agora, vamos dar uma olhada em três fatores importantes que podem impactar o desempenho do Bitcoin nos próximos dias.
1. Padrão de ‘cruz da morte’ pressiona o gráfico do BTC
Um dos pontos que chama a atenção é um padrão técnico conhecido como ‘cruz da morte’. Esse fenômeno acontece quando a média móvel ponderada de 50 dias cruza abaixo da média de 200 dias, sinalizando uma possível continuação da tendência de baixa. Geralmente, esse tipo de movimentação sugere uma diminuição da força compradora e um aumento da pressão vendedora.
Consequentemente, o BTC pode testar níveis críticos como o suporte de US$ 100 mil. É importante mencionar que, embora esse cenário pareça negativo, o padrão ainda não se manifestou em outras médias móveis. Isso significa que uma recuperação técnica é possível, especialmente se houver um aumento no volume de negociações ou surgirem novas notícias positivas para o mercado. O trader James Wynn, que é conhecido por suas análises macroeconômicas, previu a possibilidade de novas quedas tanto para o Bitcoin quanto para os mercados de ações, caso o clima pessimista persista.
2. Dados de emprego da ADP devem influenciar o humor do mercado
Outro aspecto a ser observado é a divulgação do relatório de empregos privados da ADP, que acontecerá na quarta-feira (5). Este relatório é crucial, especialmente em um momento onde o governo dos Estados Unidos enfrenta uma paralisação, impedindo a publicação do relatório oficial de empregos.
Os economistas esperam um aumento de cerca de 24 mil vagas em outubro, revertendo a queda de 32 mil empregos do mês anterior. Um resultado positivo pode fortalecer o dólar e impactar negativamente ativos de risco, como o Bitcoin, já que indicaria que a economia americana ainda está aquecida, mesmo após a recente redução de juros. A divulgação desse relatório se dá uma semana após uma decisão do Federal Reserve que reduziu as taxas de juros em 0,25% e sinalizou cautela para novos cortes.
3. Fluxos dos ETFs de Bitcoin voltam ao centro das atenções
O desempenho dos ETFs de Bitcoin também se destaca como um indicativo chave para o comportamento do preço esta semana. Após um período de entradas consistentes, houve saídas significativas nos últimos dois dias, totalizando US$ 1,14 bilhão. Dentre os maiores fundos, o IBIT, da BlackRock, perdeu US$ 149 milhões, enquanto o FBTC, da Fidelity, viu saídas de US$ 11,9 milhões em apenas um dia.
Apesar disso, os ETFs ainda acumulam mais de US$ 61 bilhões em entradas líquidas desde sua criação, mostrando que o interesse institucional no ativo continua forte. Se a tendência de resgates persistir, o preço do BTC pode enfrentar novas correções, já que a demanda institucional é um dos pilares que sustentam seu valor atual. No entanto, se os fluxos positivos retornarem, o Bitcoin pode voltar a buscar os US$ 110 mil, indicando que os investidores estão aproveitando as quedas para comprar.
Outros fatores a acompanhar nesta semana
Além dessas questões, há outros fatores que também podem impactar o Bitcoin. Os balanços trimestrais de empresas como Robinhood, Palantir, AMD, Shopify e Uber podem influenciar o sentimento do mercado de ações e, por extensão, o apetite por risco no setor de criptomoedas.
Por último, o impasse político nos Estados Unidos e a possibilidade de uma prorrogação da paralisação do governo podem ter impactos diretos no dólar e nos rendimentos dos Treasuries, afetando assim o valor do BTC. Há também as decisões da Suprema Corte sobre tarifas comerciais, o que pode ter implicações indiretas no mercado de criptomoedas.
